Resumo
Desde 1965, com Código Florestal, até 2020, institucionalizou-se o dever do Estado em assegurar o direito dos cidadãos, de usufruir de um ambiente ecologicamente equilibrado, incluindo os catadores de materiais recicláveis na cadeia produtiva da reciclagem. O objetivo deste estudo foi analisar comparativamente iniciativas de educação ambiental desenvolvidas por empreendimentos de catadores de materiais recicláveis, com vistas à inclusão da categoria na prática da coleta seletiva municipal. Como embasamento teórico, além da legislação normativa vigente no Brasil, foram buscadas referências nos estudos de Marcos Reigota, Genebaldo Freire Dias, Mauro Grün, Mauro Guimarães, Edgar Morin e Michele Sato. A esta pesquisa aplicada, foi dada uma abordagem qualitativa. Foi uma pesquisa participante, explicativa e exploratória, que envolveu um estudo multi-casos. A amostra foi intencional. Como instrumentos de coleta de dados, foram realizadas entrevistas não estruturadas e observações não participantes. A pesquisa demonstrou que as duas associações tem práticas comuns, como participação em atividades e eventos escolares, no entorno da comunidade, além de diversas parcerias. Observou-se que o volume das demandas apresentado para a associação da capital paulistana é bem maior, assim como seu trabalho na comunidade do entorno, onde trabalha parcerias com as lideranças locais, prática ainda não realizada pelo empreendimento paraense, mas que pode ser replicada. Os catadores de materiais recicláveis enquadram-se na perspectiva de Campina (2008), entendendo que o projeto político pedagógico de uma EA crítica contribui para uma mudança de valores e atitudes, contribuindo para a formação de um sujeito ecológico.